A FLAMA com um título que fazia pensar....vejam lá dentro que esta é de antologia.
Preparava-se o filme Hard Day's Night para estrear no S. Jorge em Lisboa e o jornalista fazia considerandos sobre as origens e a história dos Beatles...working class heroes de Liverpool que já tinham facturado 43 milhões de dolares em 1963..."Nenhuma inovação num estilo descoberto no Negrume"...errado!
Depois escolheram a dedo "jovens" do seu tempo para dar a opinião sobre o fenómeno...e tudo jovens com nomes bem Portugueses: Daniel Von Bonhorst, Maria Beatriz Lacerda Werneck.
Nesta página os cromos acham "... que os Beatles não atraem, são propaganda, música com pseudo-gritos e que são a imagem da decadência dos jovens e que em Portugal só gosta dos Beatles uma minoria da alta burguesia que sofre de miopia mental..." Ena pá, acertaram, estes jovens já eram velhos e a cheirar a môfo!
Mas continua, agora para dar uma ar mais intelectual, cá temos o produtor radiofónico para o qual os Beatles "... reflectem o mais lamentável sector da época que atravessamos" a empregada comercial fica bem na fotografia "se eles viessem cá era a loucura...ritmo é contagiante" agora quem não adivinhou mesmo foi a correspondente de línguas estrangeiras, pequena muita culta, que acha o ".. fenómeno é como uma gripe de inverno, custa a aturar mas depois passa..." um editor musical diz que "... as vendas são boas mas sem roçar o fabuloso....e que o trecho com mais saída foi o CANT'T BY ME LOVE..." Ó Pázinho, errado! era Can't Buy Me Love, tá bem!
Pronto, pronto...para o fim temos o Sr. Padre que diz com toda a candura "...estes meninos Ingleses que já não se distinguem das meninas, têm provocado revoluções por onde passam... confio no bom senso da nossa juventude..." agora é que eu percebo porque têm surgido tantos casos de pedofilia na igreja, o problemas deles é não saber distinguir os meninos das meninas....Guedelhudos!
3 comentários:
Fascinante. E de antologia.
Nada de novo. Gente estúpida sempre houve e sempre haverá.
Fizeram-me lembrar a célebre frase atribuída a Mme. de Sévigné: «Racine passera comme le café.»
Viu-se. Olha, boa ideia! Vou beber um café para comemorar! :)
Uma verdadeira pérola, salazarismo em todo o seu esplendor.
É verdade...o modo perfeitamente manipulador e com aquele aparente registo entre a "Antropologia" a "Sociologia" e a "Sacristia" deixa-nos á beira de um ataque de riso...mas eram assim aqueles tempos, tristes, cinzentos e medonhos, o que vale é que já passou...ou talvez não!
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