Made in Portugal
Edição Portuguesa
1971
Parlophone 8E 006-04 726
"Mother, You Had Me, But I Never Had You..."
John Lennon/Plastic Ono Band
Mother/Why
"...o FMI, o FMI é só um pretexto vosso seus cabrões, o FMI não
existe, o FMI nunca aterrou na Portela coisa nenhuma, o FMI é uma finta vossa
para virem para aqui com esse paleio, rua, desandem daqui para fora, a culpa é vossa, a culpa é vossa, a
culpa é vossa, a culpa é vossa, a culpa é vossa, a culpa é vossa, oh mãe, oh
mãe, oh mãe, oh mãe, oh mãe, oh mãe, oh mãe...
Mãe, eu quero ficar sozinho... Mãe, não quero pensar mais... Mãe, eu quero morrer mãe.
Eu quero desnascer, ir-me embora, sem ter que me ir embora. Mãe, por favor, tudo menos a casa em vez de mim, outro maldito que não sou senão este tempo que decorre entre fugir de me encontrar e de me encontrar fugindo, de quê mãe? Diz, são coisas que se me perguntem? Não pode haver razão para tanto sofrimento.
Mãe, eu quero ficar sozinho... Mãe, não quero pensar mais... Mãe, eu quero morrer mãe.
Eu quero desnascer, ir-me embora, sem ter que me ir embora. Mãe, por favor, tudo menos a casa em vez de mim, outro maldito que não sou senão este tempo que decorre entre fugir de me encontrar e de me encontrar fugindo, de quê mãe? Diz, são coisas que se me perguntem? Não pode haver razão para tanto sofrimento.
E se
inventássemos o mar de volta, e se inventássemos partir, para regressar. Partir e aí nessa viajem ressuscitar
da morte às arrecuas que me deste. Partida para ganhar, partida de acordar,
abrir os olhos, numa ânsia colectiva de tudo fecundar, terra, mar, mãe...
Lembrar como o mar nos ensinava a sonhar alto, lembrar nota
a nota o canto das sereias, lembrar o depois do adeus, e o frágil e ingénuo
cravo da Rua do Arsenal, lembrar cada lágrima, cada abraço, cada morte, cada
traição, partir aqui com a
ciência toda do passado, partir, aqui, para ficar...”
José Mário Branco - FMI 1981
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