Na minha preciosa caixa de 9 de Setembro, Let It Be, como sempre, vem mal ordenado. Bem sei que foi o último álbum a sair, já depois da separação do grupo, a 10 de Abril de 1970. Let It Be só viu a luz do dia quase um mês depois, a 8 de Maio, mas foi gravado antes de Abbey Road, e eu respeito escrupulosamente a ordem cronológica dos discos.
É uma obra que me magoa estranhamente. Andava eu ainda no Liceu, tinha 16 anos, comprei uma revista inteiramente dedicada aos Beatles, deve estar algures em casa da minha Mãe, nunca deitaria tal coisa fora. A revista (que a professora de Introdução à Política até me pediu emprestada) definia Let It Be em palavras que nunca mais esqueci, tanto concordo com elas: «that strange, sad documentary of a group tearing itself into pieces».
Nada mais verdadeiro. Tem algumas músicas magníficas, é certo. Mas persiste uma sensação regelada de fim, de desarmonia. Os quatro tinham crescido em direcções diferentes, nada havia já a fazer. O grande prodígio, para mim, é terem ainda, depois disto, conseguido produzir um último milagre: Abbey Road.
No Gira-discos: Across The Universe
(provavelmente a minha favorita)
2 comentários:
Verdade Teresa... é um album que entristece um pouco... mais ainda se o associarmos ao filme, não é? Um momento menos bom, mas no fundo que também serve para nos mostrar a humanidade dos Beatles... todos temos momentos assim...
Essa revista não seria a «Música e Som», de Fevereiro de 1978?
Saiu, creio eu, a propósito da publicação do «Love Songs», ou, pelo menos, foi coincidente.
Vou tentar pôr a capa da revista no meu tasco.
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