Dizem que a Going-to-the-Sun Road é uma das mais belas estradas do mundo, que mais bela só a Beartooth Highway. Não sei, não saberia dizer, de tal forma deixei o coração nas duas. O que sei é que tudo em mim chama pelo Wyoming, e por Montana, e que preciso de ir a Yellowstone no Inverno! Nota máxima nas minhas prioridades de viagens, que são sempre um bocadinho diferentes das das outras pessoas e que acabam quase sempre por ir parar à América da minha paixão.
Na inesquecível viagem de há quase dois anos, mais de sete mil quilómetros em pouco mais de duas semanas, paisagens de cortar o fôlego a cada instante e sempre, sempre, a imensa estrada americana a perder de vista de permeio, solitária como eu (por isso nos entendemos tão bem as duas, há ali muito Gordon Lightfoot, e pouco importa que ele até seja canadiano), eu sabia antecipadamente que este encontro ia ser um momento mágico. Uma estrada chamada Going-to-the-Sun tinha à partida todos os motivos para ser uma estrada muito amada, tamanho o sortilégio que a mera menção da palavra sol exerce em mim.
Poderia escrever sobre isto durante horas, mas preferia mil vezes poder lá voltar. Há uma partezinha de mim que sonha com isso, até por haver notícias recentes e optimistas de que a população de ursos (ursosos!) do Glacier está em franca expansão.
Com a minha habitual tendência para a dispersão, até agora ninguém está a perceber (admitindo que tenham conseguido ler até aqui) em que diabo de parte entram aqui os nossos queridos Beatles. Ah, meus amigos! Mas é que os nossos Beatles foram omnipresentes!
Apesar de estarmos a 30 de Junho, assim confirma a minha máquina fotográfica, nem conseguimos fazer a estrada de lado a lado, a meio estava cortada pela neve (mais uma muito plausível razão para eu ter de lá voltar). Os dois únicos retratos que eu e o Vítor temos juntos (e temos poucos em viagem, lobos solitários que somos) foram feitos pela simpática família de Phoenix, Arizona, com quem trocámos cartões, a sogra adora Portugal (ficou-lhe da lua-de-mel, há quarenta anos) e ficou exultante à ideia de cá voltar e ter acompanhamento personalizado. Que terá, tal como toda a família (não perdi o contacto).
Em que é que entram os Beatles nesta minha verborreia?
Já aqui tinha falado falado (timidamente) da tremenda paixão que tenho por I'll Follow the Sun. Agora que estou secundada por um sócio, sinto-me com as costas mais largas. É uma grande música, não é, Abel?
Os Beatles acompanharam toda a nossa travessia da Going-to-the-Sun Road. Tocaram ininterruptmante, que eu sou criatura obstinada nos meus amores. Tão obstinada que mesmo o Vítor, que até adora os Beatles (mas menos), na sua infinita paciência, lá pela 12.ª audição consecutiva de I'll Follow the Sun começou a perder um bocadinho a paciência e até perguntou se já podíamos ouvir outra coisa. Yeah, right, grande impostor! Foi mais ou menos no momento que o filme tosco do telemóvel regista: ele ao volante, na descida linda numa estrada coberta de manchas de sol a fazer lembrar Renoir, nós dois a cantarmos em coro com os Beatles. O Vítor lança-me um olhar de esguelha que é tudo, que somos nós. Cúmplice, divertido pela minha tonteira de insistir em ouvir incontáveis vezes a mesma música, e enternecido por isso mesmo. Mais de trinta anos de amizade dão nisto.
Um pedido: meus amigos: para verem a parvoíce das imagens e e a bodega do filme, parem a música lá em cima, no botãozinho.
Ah, já agora... também fiz batota no filme. A minha adorada música teve de ser duplicada no filme para acompanhar o número de imagens. Se o Vítor pôde ouvi-la umas doze vezes... não será demasiado que vocês a oiçam duas.
Poderia escrever sobre isto durante horas, mas preferia mil vezes poder lá voltar. Há uma partezinha de mim que sonha com isso, até por haver notícias recentes e optimistas de que a população de ursos (ursosos!) do Glacier está em franca expansão.
Com a minha habitual tendência para a dispersão, até agora ninguém está a perceber (admitindo que tenham conseguido ler até aqui) em que diabo de parte entram aqui os nossos queridos Beatles. Ah, meus amigos! Mas é que os nossos Beatles foram omnipresentes!
Apesar de estarmos a 30 de Junho, assim confirma a minha máquina fotográfica, nem conseguimos fazer a estrada de lado a lado, a meio estava cortada pela neve (mais uma muito plausível razão para eu ter de lá voltar). Os dois únicos retratos que eu e o Vítor temos juntos (e temos poucos em viagem, lobos solitários que somos) foram feitos pela simpática família de Phoenix, Arizona, com quem trocámos cartões, a sogra adora Portugal (ficou-lhe da lua-de-mel, há quarenta anos) e ficou exultante à ideia de cá voltar e ter acompanhamento personalizado. Que terá, tal como toda a família (não perdi o contacto).
Em que é que entram os Beatles nesta minha verborreia?
Já aqui tinha falado falado (timidamente) da tremenda paixão que tenho por I'll Follow the Sun. Agora que estou secundada por um sócio, sinto-me com as costas mais largas. É uma grande música, não é, Abel?
Os Beatles acompanharam toda a nossa travessia da Going-to-the-Sun Road. Tocaram ininterruptmante, que eu sou criatura obstinada nos meus amores. Tão obstinada que mesmo o Vítor, que até adora os Beatles (mas menos), na sua infinita paciência, lá pela 12.ª audição consecutiva de I'll Follow the Sun começou a perder um bocadinho a paciência e até perguntou se já podíamos ouvir outra coisa. Yeah, right, grande impostor! Foi mais ou menos no momento que o filme tosco do telemóvel regista: ele ao volante, na descida linda numa estrada coberta de manchas de sol a fazer lembrar Renoir, nós dois a cantarmos em coro com os Beatles. O Vítor lança-me um olhar de esguelha que é tudo, que somos nós. Cúmplice, divertido pela minha tonteira de insistir em ouvir incontáveis vezes a mesma música, e enternecido por isso mesmo. Mais de trinta anos de amizade dão nisto.
Um pedido: meus amigos: para verem a parvoíce das imagens e e a bodega do filme, parem a música lá em cima, no botãozinho.
Ah, já agora... também fiz batota no filme. A minha adorada música teve de ser duplicada no filme para acompanhar o número de imagens. Se o Vítor pôde ouvi-la umas doze vezes... não será demasiado que vocês a oiçam duas.
2 comentários:
Como sempre a Teresa vai buscar ao saco da alma uma ideia dos Beatles que complementa o minimalismo do
sócio. É claro que ouvir o I'll follow the Sun é sempre um prazer imenso, as tais bandas sonoras que falamos....I'll follow you
E o seu comentário remete-me para dois nomes também muito queridos, Mary Travers e John Denver (que tanto amou estas montanhas). Follow me, follow you...
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